O
Santo Preto de Torres1
O
“torriense”, Sebastião Serafim Coelho, nasceu escravo e era
filho da escrava Joaquina. Foi batizado por volta dos oito anos em
Torres em 26-01-1858. Não se sabe quando foi embora, nem em que
circunstâncias, e muito menos quando ficou livre. Morou em Porto
Alegre e Esteio e por último em Canoas onde mais tempo viveu.
Bastião, como era chamado, levava uma vida de santo. Era muito pobre
e trabalhava fazendo biscates. Não cobrava em dinheiro pelos seus
serviços, mas trocava por alimentos o seu modesto trabalho e só
pegava o necessário para ir levando a vida. Era um místico. Devoto
a Deus, muito querido e respeitado por todos. Aos domingos assistia
todas as missas e tomava comunhão mesmo sem ter pecados. Rezava a
Via-Sacra com profunda devoção. Durante a quaresma cumpria jejum
rigoroso e ia e voltava caminhando, com os pés descalços, até
Porto Alegre para participar da procissão da Nossa Senhora dos
Navegantes. Não aceitava caronas. Fazia penitências para pagar os
pecados que não tinha.
Em
Canoas o vigário da paróquia São Luís, padre José Leão
Hartimann, conseguiu uma casinha nos fundos da igreja. Aí viveu os
seus últimos longos anos. Morreu na Santa Casa de Misericórdia de
Porto Alegre em 04-05-1958 aos cento e cinco anos de idade (108?).
Sebastião foi sepultado no Cemitério Chácara Barreto, na cidade de
Canoas, segundo consta no livro: "Pequena História de Canoas",
de João Palma da Silva.
Sua
morte foi amplamente noticiada nos jornais de Porto Alegre.
Ele
viveu uma vida simples, um modelo para todo cristão. Sebastião,
hoje em Canoas, é tido como um Santo. Seu túmulo é venerado por
muitas pessoas que o cobrem de flores e velas. Dizem os devotos que
graças tem sido obtidas por intermédio desse Homem de Deus e até
curas ditas milagrosas.
Alguém
já falou em colocá-lo nos altares canonizados, para exemplo dos
cristãos, o que seria justo e oportuno disse Ruschel. Em Torres
quase nada se sabe da vida simples e religiosa desse humilde filho de
Deus. Como diz o dito popular: "Santo de casa não faz
milagres.”
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