Paulino
Pereira da Silva, filho de Eva, nasceu em 1853 e foi escravo até os
vinte e cinco anos. Em 1878 resolveu se casar e comprou sua
liberdade. Tornou-se carreteiro de profissão. No seu carro, de
juntas bovinas, viajava do Passo do Sertão
para
o norte até Araranguá e Laguna. Depois voltava em direção ao sul,
passava pela Villa das Torres até Tramandaí e depois Porto Alegre e
Viamão. Na ida levava principalmente cachaça, farinha de mandioca e
rapadura; na volta trazia fazendas, armarinhos, especiarias, peixe e
mariscos secos e encomendas diversas. Segundo a senhora Venina que o
conheceu, ficou rico. Tinha a melhor casa na localidade de Olhos
d'Agua, no Passo do Sertão, segundo distrito do Araranguá. Uma
enorme casa de tijolos, rebocada, forrada, assoalhada e caiada. Na
ampla sala, como ornato, tinha em uma das paredes uma canga com duas
cabeças de bois mumificadas. Quando morreu em 1935, aos oitenta e
dois anos, deixou bens a inventariar, mulher e sete filhos. Joanna
Cecília de Jesus, ex escrava, foi sua esposa.
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