domingo, 26 de julho de 2020

ALEMÃES CATÓLICOS E O FRAMCÊS





ALEMÃES CATÓLICOS E O FRANCÊS




Quase dois anos após a chegada dos imigrantes alemães, os colonos católicos romanos, são jogados na região do Rio Verde nuns baixios. Havia entre eles quatro franceses solteiros, agitadores e de origem desconhecida. Os colonos, “jogados”, são pegos por uma enchente e se revoltam. Um de seus principais líderes é um indivíduo danação francesa, de origem desconhecida, agitador e solteiro, de nome Louis. Era empregado da polícia do Presídio _ as Milícias Sertanejas _ cuja finalidade era caçar os bugres. Os colonos revoltosos vão em direção aos morros mais ao sul, entre as lagoas do Morro do Forno e do Jacaré. Terras requeridas e cobiçadas pelo comandante geral do Presídio de São Domingos das Torres, onde o mesmo já tinha um engenho com escravos que produzia cachaça. Temos aí, talvez, o primeiro movimento de colonos invadindo terras na região. Na verdade a maioria, mesmo assim, não ficou satisfeita com as terras invadidas e reclamam. Contudo, a autoridade maior, na capital, disse apenas: “Ou vocês ficam onde estão, ou voltem a pé para o outro lado do mar”. Uns fugiram, outros foram presos, mas a maioria ficou por falta de alternativa. Assim nasceu a Colônia dos Alemães Católicos de São Pedro de Alcântara no Presídio de São Domingos das Torres. Entre os colonos um indivíduo francês de nome Marie, solteiro, de origem desconhecida e agitador, resolve escrever uma carta para o comandante militar na capital da província e a confia a um alto oficial em passagem pelo Presídio. O francês é traído pelo oficial que entrega a carta ao comandante do Presídio. Este o manda prender e o envia escoltado para Porto Alegre. A escolta leva também uma carta que diz: “Mando preso o colono, solteiro e agitador, Bouldier, da nação francesa, empregado na polícia desta colônia, porque é instrumento que os outros se tem valido para fazer requerimentos em língua”. Pateticamente está escrito na carta: "Que tal Vossa Exc.ª mandar esta praga para o exército ('guerra'), só assim nos livraremos desta peste". "Nós, em, senhor governador"?! Tudo é muito estranho. Há quem diga tratar-se de uma queima de arquivo. Mas por que queimar este arquivo?! Nunca mais se ouviu falar em Louis Marie Bouldier, empregado na polícia da colônia, agitador e solteiro, da nação francesa, e de origem desconhecida, que escrevia cartas em língua e estava infiltrado entre os alemães católicos, Era um de seus principais líderes. Há quem diga que o francês costumava ficar ao lado dos mais fracos e, incerta fonte diz: “Parece que queriam transformar os colonos em escravos”. Deve ser engano, todavia... Os outros franceses não deixaram rastros para a história. Louis Marie Bouldier tornou-se um mártir e a sua história uma Lenda.

Adaptado do Livro Vale do Mampituba: __ Bento Barcelos da Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário