ALEMÃES CATÓLICOS E O FRANCÊS
Quase dois anos após a chegada dos
imigrantes alemães, os colonos católicos romanos, são jogados na região do Rio Verde
nuns baixios. Havia entre eles quatro franceses solteiros, agitadores e de
origem desconhecida. Os colonos, “jogados”, são pegos por uma enchente e se
revoltam. Um de seus principais líderes é um indivíduo danação francesa, de
origem desconhecida, agitador e solteiro, de nome Louis. Era empregado da
polícia do Presídio _ as Milícias Sertanejas _ cuja finalidade era caçar os
bugres. Os colonos revoltosos vão em direção aos morros mais ao sul, entre as lagoas do Morro do Forno e do
Jacaré. Terras requeridas e cobiçadas pelo comandante geral do Presídio de
São Domingos das Torres, onde o mesmo já tinha um engenho com escravos que
produzia cachaça. Temos aí, talvez, o primeiro movimento de colonos invadindo
terras na região. Na verdade a maioria, mesmo assim, não ficou satisfeita com
as terras invadidas e reclamam. Contudo, a autoridade maior, na capital, disse
apenas: “Ou vocês ficam onde estão, ou voltem a pé para o outro lado do mar”.
Uns fugiram, outros foram presos, mas a maioria ficou por falta de alternativa.
Assim nasceu a Colônia dos Alemães Católicos de São Pedro de Alcântara no
Presídio de São Domingos das Torres. Entre os colonos um indivíduo francês de
nome Marie, solteiro, de origem desconhecida e agitador, resolve escrever uma
carta para o comandante militar na capital da província e a confia a um alto
oficial em passagem pelo Presídio. O francês é traído pelo oficial que entrega
a carta ao comandante do Presídio. Este o manda prender e o envia escoltado
para Porto Alegre. A escolta leva também uma carta que diz: “Mando preso o
colono, solteiro e agitador, Bouldier, da nação francesa, empregado na polícia
desta colônia, porque é instrumento que os outros se tem valido para fazer
requerimentos em língua”. Pateticamente está escrito na carta: "Que tal
Vossa Exc.ª mandar esta praga para o exército ('guerra'), só assim nos
livraremos desta peste". "Nós, em, senhor governador"?! Tudo é muito estranho. Há quem diga
tratar-se de uma queima de arquivo. Mas por que queimar este arquivo?! Nunca
mais se ouviu falar em Louis Marie Bouldier, empregado na polícia da colônia,
agitador e solteiro, da nação francesa, e de origem desconhecida, que escrevia
cartas em língua e estava infiltrado entre os alemães católicos, Era um de seus
principais líderes. Há quem diga que o francês costumava ficar ao lado dos mais
fracos e, incerta fonte diz: “Parece que queriam transformar os colonos em
escravos”. Deve ser engano, todavia... Os outros franceses não deixaram rastros
para a história. Louis Marie Bouldier tornou-se um mártir e a sua história uma
Lenda.
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